"... os meus zelosos adoradores... me trarão
sacrifícios..." - Sofonias 3:10.
Ao lermos o texto acima, podemos concluir que o adorador é
zeloso com aquilo que
o Senhor tem deixado em sua responsabilidade. A pessoa que
zela por algo, o faz
considerando ao extremo seu valor. No Salmo 69:9, Davi se
deixa consumir pelo zelo
das coisas do Senhor, a quem amava e servia: "Pois o
zelo da tua casa me consumiu".
O músico que é um verdadeiro adorador tem no Senhor a sua
maior riqueza e por Ele
zela com toda a sua força. Se os nossos ministérios de
música estão passando por muitos
problemas e dificuldades, é porque está faltando zelo com as
coisas que o Senhor tem
deixado em nossas mãos. Infelizmente, não generalizando, mas
muitos músicos tem
demonstrado atitudes irresponsáveis, muitos deles não oram,
não meditam na Palavra,
criam contendas e divisões, são insubmissos, não participam
dos cultos, são egoístas e
rebeldes, enfim, demonstram falta de temor a Deus.
Através da sua Palavra, Deus oferece vários modelos para
nossa vida. Assim, Ele tem
nos dado um modelo para o ministério de música com o qual
devemos estar plenamente
identificados e comprometidos para que possamos ver os
resultados espirituais que irão
surgir do mesmo.
É com esse espírito que vemos a necessidade de estruturarmos
o ministério de música.
Devemos nos conscientizar de que Deus tem colocado uma
riqueza em nossas mãos - A
música!
Este ministério, além de alegrar o coração de Deus, é um
instrumento de edificação da
igreja e um veículo de proclamação do Evangelho.
A seguir, iremos observar algumas qualificações importantes
para aqueles que desejam
participar do ministério de música. Vamos nos unir nesta
visão, colocando toda nossa vida,
talentos e ministérios a serviço do Senhor, para que em tudo
Ele seja glorificado.
QUALIFICAÇÕES DE UM MINISTRO
1- Real experiência com Deus. (Jo 3:3).
A pessoa que teve uma real experiência com Deus é aquela que
não vive mais para
si mesma (Rm 14:7-8) e nem para o pecado (Gl 5:24; Rm 6:6,
11, 14); possui uma
inclinação para as coisas que são do alto (Cl 3:1; Mt 6:33)
e sua experiência se baseia na
Palavra de Deus e no Deus da Palavra.
O problema que temos encontrado nesses dias, é que muitos
músicos não têm uma real
experiência com Deus, não são regenerados. O que eles
possuem é apenas um desejo de
tocar, tocar, tocar, ou cantar, cantar, cantar. Os problemas
surgem porque falta coração
regenerado. O músico precisa passar pela experiência da
regeneração. Este é o requisito
básico e principal para todo aquele que quer servir na casa
do Senhor.
2-Consagração. (Lv 27: 28-29).
Consagrado significa ser separado para servir conforme o
propósito de Deus. Quando
temos uma real experiência, somos separados do pecado a fim
de servirmos a Deus e
vivermos para Ele (II Co 5:15).
Portanto, o verdadeiro ministro de música tem a convicção de
que é uma pessoa separada
por Deus, e que seus dons e talentos são dedicados
inteiramente ao serviço à Ele. De
que maneira temos utilizado os nossos dons e talentos? Temos
utilizado para os nossos
próprios interesses ou para servir a Deus e as pessoas? A
evidência clara de que alguém
tem uma vida consagrada a Deus são os frutos que acompanham
o seu serviço (Tg 2:18,
26; Jo 12:24; 15:18). Qual o fruto que temos oferecido?
3- Comunhão com Deus. (Sl 84:4-5).
Comunhão com Deus é habitar no conselho de Deus, é ter uma
identificação com o altar.
Alguém que não tem identificação com o altar não é um
ministro de música.
Infelizmente, muitos músicos não valorizam e nem priorizam
um tempo a sós com Deus e
é por isso que muitas vezes não há um fluir na ministração
dos cânticos, pois falta unção.
Dizem por aí: "a Bíblia do músico é o seu
instrumento". Quanto tempo você se dedica
estudando a música e quanto tempo você se dedica estudando a
Palavra de Deus? É claro
que as duas coisas são importantes, mas há uma grande
diferença entre um ministro de
música e um tocador de instrumento: O ministro se identifica
com Deus e usa da música
o instrumento para o seu crescimento espiritual. O tocador
está identificado com o seu
instrumento e visa apenas o seu desempenho musical.
A Palavra e a oração são a base de todo o serviço. O que se
pode esperar de alguém que
não medita e não ora? Que utilidade tem este tipo de pessoa?
Com certeza, nenhuma! Os
homens cuja vida e ministério glorificavam a Deus eram
homens de meditação e oração. O
Senhor Jesus é o nosso maior exemplo (Lc 4:2; 6:12). A. W.
Tozer disse: "Nunca ouça um
homem que não ouve a Deus".
Se quisermos mais unção em nosso ministério precisamos saber
que o "endereço" é o
santuário (Sl 77:13a). Enfim, a qualidade do ministério de
música está vinculada a vida no
altar (Rm 12:1; I Pe 2:5). Sejamos ministros do altar!
4- Servo. (Mt 20:28).
Hoje em dia, muitos "ministros de música" querem
ser servidos e não estão dispostos a
servirem, voltados para os seus próprios interesses e
motivações. O verdadeiro servo não
é conhecido pelo seu título, mas sim pelo seu modo de viver,
em outras palavras, suas
atitudes falam mais alto que suas palavras.
Infelizmente, não se tem encontrado músicos com coração de
servo, por isso, não é difícil
ouvirmos frases do tipo: "o meu instrumento é
melhor", "a minha música é melhor", "a
minha banda é melhor", "eu sou o melhor",
"não abro mão do meu lugar à ninguém", "não
faço tal coisa porque não é o meu ministério", etc. Por
causa dessas frases de alguns
músicos, tem se criado em nosso meio um terrível espírito
chamado competição. Isso
com certeza além de entristecer o coração de Deus, dá lugar
a um ambiente de desamor,
impróprio à presença divina (I Co 3: 1-7).
O responsável pelo espírito de competição chama-se Satanás!
(Ez 28:2; I Rs 18:21).
Desde o princípio do mundo ele tem procurado competir sem
êxito, com o Todo Poderoso.
Satanás tem tido acesso ao meio evangélico através deste
espírito de forma muito sutil.
O reino das trevas é reino da competição, mas o reino de
Deus é reino da cooperação (Sf
3:9; Ef 4:16). Podemos ter características diferentes e
estilos diferentes, mas isso não
impede que sirvamos ao Senhor em unidade e ajuda mútua.
Ser um ministro de música é ter um coração de servo, que tem
como motivação principal
servir a Deus, a família, aos irmãos e aos perdidos.
5- Submisso. (Rm 13:2).
Submissão é uma das características de um verdadeiro filho
de Deus. Ao formar a equipe
musical, procura-se dar oportunidade àqueles dentro da
congregação que se destacam
por sua habilidade musical. Alguns cuidados devem ser
tomados nesta escolha. Mesmo
com alguns cuidados sendo tomados, não se pode adivinhar o
que virá pela frente. Neste
sentido, às vezes nos deparamos com pessoas incapazes de se
submeterem à liderança.
Quando estes, depois de muitas conversas, irremediavelmente
não se ajustam, devem ser
convidados gentilmente a se desligarem da equipe (Jo
6:65-66).
Existe, hoje em dia, um aspecto importante que tem se
tornado um grande problema,
onde observamos que muitas bandas gospel não querem estar
ligadas a nenhuma
igreja e a nenhum pastor. No livro de Provérbios 18:1 diz:
"O solitário busca o seu
próprio interesse, e insurge-se contra a verdadeira
sabedoria". Todo músico precisa ser
pastoreado. Quem deseja andar isoladamente, está buscando o
seu próprio interesse,
tendo uma atitude egoísta. Nós músicos precisamos de
cobertura espiritual, ensino,
admoestação e correção dos nossos líderes e, a partir de
então, ganharemos autoridade
para ministrar e seremos uma benção para o corpo de Cristo.
Só tem autoridade quem
caminha debaixo de autoridade!
Aquele que agora tem um coração novo é capaz de submeter-se
à vontade de Deus, aos
líderes e aos irmãos (Ef 5:8-21).
6- Conhecimento técnico. (Sl 33:3).
A nossa oferta ao Senhor no que diz respeito à música tem
que ser excelente em todos os
sentidos, incluindo a apresentação e a execução. Não podemos
usar a justificativa de que
tudo o que fazemos é para a honra e glória do Senhor
apresentando assim, algo mal feito
e sem preparo, pelo contrário, precisamos apresentar o
excelente para a honra e glória do
Senhor.
O Salmo 33:3 diz: "Cantai-lhe um cântico novo, tocai
bem e com júbilo". "Tocar bem" em
hebraico significa yatab, e seu significado se amplia: fazer
bem algo, fazer algo bonito,
agradável e bem feito, de maneira completa, detalhada e
minuciosa.
Uma música bem ensaiada e bem preparada não irá "apagar
o Espírito" como muitos
pensam, pelo contrário, quando há preparação Deus se
manifesta de maneira poderosa (II
Cr 20).
Deus não dá o prêmio à mediocridade e negligência, mas sim à
fidelidade,
responsabilidade e diligência.
7- Relacionamento com a equipe. (Rm 8:29).
A vida em família é um projeto de Deus para nós e a família
ministerial deve ser a
extensão da nossa casa. A vida em família é um princípio que
precisa ser desenvolvido no
ministério de música para o fortalecimento e crescimento de
todos os seus integrantes (Ef
2:19-21).
O que temos observado é que muitos músicos não querem ter
relacionamento e comunhão
com as pessoas. É possível ser parte de uma família e não
ter comunhão com ela? Não.
Sendo assim, quem não cultiva comunhão não pode participar
de nenhum ministério.
Os discípulos de Jesus revolucionaram o mundo porque
estiveram com Ele, aprenderam
com Ele e falavam a linguagem do mestre. Observe alguns
aspectos da vida em família:
A) Caminhar numa mesma visão - (I Co 1:10; Sf 3:9). Visão +
Visão = Divisão.
B) Comunhão uns com os outros - (I Jo 1:7). Devemos estar
juntos, sair, orar,
compartilhar necessidades, etc.
C) Respeito mútuo - (II Co 10:13). Devemos conhecer nossos
limites! Devemos tomar
cuidado com as brincadeiras e apelidos que damos as pessoas
para não magoá-las.
D) Alegrarmos e chorarmos juntos - (Rm 12:15). Unir-nos nas
conquistas e nas
tribulações.
E) Vida de transparência (Tg 5:16) e Pacto de aliança (I Sm
18:1-4). Compromisso uns
com os outros de fidelidade, integridade, lealdade, amor,
amizade e companheirismo em
todos os momentos da vida. Vivamos em família!
Deus abençoe!
Ronaldo Bezerra
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